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Filosofia (Budo):

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Filosofia (Budo): Empty Filosofia (Budo):

Mensagem  Marcello Felippo Qua maio 22, 2013 6:46 pm

Filosofia (Budo):

A filosofia do Budo se traduz pela busca constante do aperfeiçoamento, autocontrole e na contribuição pessoal para a harmonização do meio onde se está inserido.

A famosa expressão do Mestre Funakoshi - "Karate Ni Sente Nashi" - explica claramente o objetivo do Karate, ou seja, conter, controlar o espírito de agressão. O Karate se caracteriza por procedimentos de respeito e de etiqueta.

Esse propósito de "anti-violência" pode ser muito bem expresso através do seguinte ensinamento:

"Se o adversário é inferior a ti,
então por que brigar?
Se o adversário é superior a ti,
então por que brigar?
Se o adversário é igual a ti,
compreenderá,
o que tu compreendes...
então não haverá luta.
Honra não é orgulho,
é consciência real do que se possui."

A filosofia do Budo sempre deu muita importância à percepção e à sensibilidade, uma vez que as técnicas que nela se baseiam, visam essencialmente:

a) à conquista da estabilidade e da autoconfiança, através de treino rigoroso e vida disciplinada;

b) ao desenvolvimento da intuição, no sentido de perceber o ataque do adversário antes mesmo do início do seu movimento e da capacidade de analisar o adversário, para prevenir-se contra surpresas;

c) à formação de hábitos de saúde, como o uso da meditação Zen e a respiração com o diafragma.


Os 20 Ensinamentos de Funakoshi

O Mestre Gichin Funakoshi escreveu o Niju Kun, conhecidos como os Vinte Ensinamentos do Karatê Shotokan, que formam as bases da arte. Dentro destes princípios, baseados fortemente em Bushido e Zen, reside a filosofia da JKA:

1. 空手道は礼に始まり礼に終る事を忘るな
Karate-do wa rei ni hajimari rei ni owaru koto a wasaruna
Não se esqueça que o Karate deve iniciar com saudação e terminar com saudação.
2. 空手に先手なし
Karate ni sente nashi
No Karate não existe atitude ofensiva.
3. 空手は義の補け
Karate wa, gi no taske
O Karate é um assistente da justiça.
4. 先づ自己を知れ而して他を知れ
Mazu onore o shire, shikashite ta o Shire
Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
5. 技術より心術
Gijitsu yori shinjitsu
O espírito é mais importante do que a técnica.
6. 心は放たん事を要す
Kokoro wa hanatan koto o yosu
Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
7. 禍は懈怠に生ず
Wazawai wa ketai ni seizu
Os infortúnios são causados pela negligência.
8. 道場のみの空手と思ふな
Dojo nomino karate to omou na
O Karate não se limita apenas à academia.
9. 空手の修業は一生である
Karate-do no shugyo wa isssho de aru
O aprendizado do Karate deve ser perseguido durante toda a vida.
10. 凡ゆるものを空手化せよ其処に妙味あり
Ara yuru mono o karateka seyo; sokoni myomi Ari
O Karate dará frutos quando associado à vida cotidiana.
11. 空手は湯の如し絶えず熱度を与えざれば元の水に還る
Karate Wa Yu No Gotoku Taezu Netsu O Atae Zareba Motono Mizuni Kaeru
O Karate é como água quente. Se não receber calor constantemente torna-se água fria.
12. 勝つ考は持つな負けぬ考は必要
Katsu kangae wa motsuna; makenu kangae wa hitsuyo
Não pense em vencer, pense em não ser vencido.
13. 敵に因って轉化せよ
Tekki ni yotte tenka seyo
Mude de atitude conforme o adversário.
14. 戦は虚実の操縦如何に在り
Tattakai wa kyo-jitsu no soju ikan ni Ari
A luta depende do manejo dos pontos fracos (KYO) e fortes (JITSU).
15. 人の手足を剣と思へ
Hi to no te-ashi wa ken to omoe
Imagine que os membros de seus adversários são como espadas.
16. 男子門を出づれば百万の敵あり
Danshi mon o izureba hyakuman no teki Ari
Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários.
17. 構は初心者に後は自然体
Kamae wa shoshinsha ni atowa shizentai
No início seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.
18. 形は正しく実戦は別物
Kata wa tadashiku, jisen wa betsumono
A prática de fundamentos deve ser correta, porém na aplicação torna-se diferente.
19. 力の強弱体の伸縮技の緩急を忘るな
Chikara no kyojaku tai no shinshuku waza no kankyu
Não se esqueça de aplicar corretamente: alta e baixa intensidade de força; expansão e contração corporal; técnicas lentas e rápidas.
20. 常に思念工夫せよ
Tsune ni shinen ku fu seyo
Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

Shotokan (松涛館?) é um dos estilos de karatê que surgiu dos ensinamentos ministrados pelo mestre Gichin Funakoshi e por seu filho, Yoshitaka Funakoshi[a]. O repertório técnico do estilo foi baseado no do Shorin-ryu, mas, devido aos estudos empreendido pelo filho do mestre e sua influência, várias técnicas foram incorporadas e/ou modificadas, de modo a refletir o escopo almejado, que era o de valorizar mais o lado desportivo e físico como forma de promover o desenvolvimento pessoal.
Mestre Funakoshi em princípio não denominou o que ele ensinava de um estilo próprio, mas, antes de tudo, afirmava que ensinava karatê. Por outro lado, é certo que ele ensinava a arte marcial de acordo com sua visão e entendimento particulares sobre a mesma, mas isso seria explicado — também segundo o próprio mestre comentava — como uma consequência natural, pois vários professores ensinariam uma mesma disciplina de modos diferentes. Entretanto, alguns de seus alunos, como forma de o homenagear, manufaturaram uma placa com a inscrição Shotokan, eis que Shoto era a alcunha que o mestre assinava suas obras, pelo que o dojô passou a ser conhecido como "casa de Shoto".1
A despeito de outros mestres tentarem antes e contemporaneamente, foi o estilo de mestre Funakoshi que logrou êxito em vencer as barreiras culturais opostas a Oquinaua e difundir o caratê pelo resto do Japão, modificando nomes de técnicas e adaptando outras.

Formação

Em Oquinawa, o pequeno Gichin Funakoshi, por volta de 1880, no fim da infância e começo da adolescência, começou a praticar o karatê sob os auspícios do mestre Anko Asato — experto nos estilos shuri-te, de caratê, e Jigen-ryu, de kenjutsu — que era amigo de seu pai e tinha sido discípulo do grande mestre Bushi Matsumura.1
O jovem Funakoshi, além de outros interesses muito caros, tinha especial apreço pelas artes marciais, sempre buscando novos ensinamentos. Assim, não depois de enveredar pelo karatê, passa a treinar com mestre Anko Itosu, com quem aprende as principais técnicas.2 Por outro lado, o aprendizado se deu com outros mestres de renome, com os quais, além de obter novos conhecimentos, também foi influente, como Kenwa Mabuni, Kanryo Higaonna, Chojun Miyagi.1
O mestre Itosu empreendera sérios esforços para popularizar a arte marcial, não sendo muito bem-sucedido, pero o talvez mais significativo seja mudança de nome da arte marcial desarmada de Oquinaua, de tode (mão sínica) para karate (mão vazia), o que significou naquela época, fim do século XIX, uma enorme mudança de paradigma o rompimento de uma barreira cultural. Funakoshi faz parte daqueles movimentos e despende novos esforços, no sentido de popularizar o karatê não só em sua terra natal mas no Japão todo. Calhou de, em 6 de março de 1921, o príncipe herdeiro Hirohito assistir a uma demonstração encabeçada por Gichin Funakoshi, no castelo de Shuri, ajudado por seus discípulos e pelo mestre Miyagi.
Depois, em 1922, surgiu o convite do mestre Jigoro Kano — criador do judô — para que fosse foi feita uma demonstração pública do caratê no instituto Kodokan. Como foi causa muito bom impressão, Gichin Funakoshi permaneceu em Tóquio por mais algum tempo, a ministrar aulas.3
Por volta de 1935, tem início um movimento de alguns discípulos de Gichin Funakoshi, para ver um lugar próprio de treino de karatê e, em 1936, esse esforço dá resultados e é finalmente construído um dojô (道場 sítio de treino?) em sua homenagem e o chamaram de Shotokan, ou "casa de Shoto", colocando uma placa com tal inscrição nos umbrais da entrada. Shoto era o pseudônimo com que Funakoshi assinava seus textos. Infelizmente, o prédio original foi destruído durante um bombardeio durante a II Guerra Mundial.
Gichin Funakoshi não acreditava na diversificação de estilos, e sim que todo o caratê deveria ser um só, mesmo com as diferenças naturais de ensino que variam entre os professores, posto que seu estilo ainda fosse tradicional e intimamente conectado ao estilo Shorin-ryu, com bases altas e golpes duros, tendo como base a filosofia do Budo, em cujo conteúdo há a consciência da busca constante pelo aperfeiçoamento pessoal, sempre contribuindo para a harmonização do meio onde se está inserido, por intermédio de muita dedicação ao trabalho, treinamento rigoroso e vida disciplinada. O praticante do karatê tradicional caminha em direção dessas metas, formando seu caráter, aprimorando sua personalidade.4
Noutra mão, o estilo Shotokan era uma escola aberta a novos conceitos, desde que se mostrassem eficientes no escopo do mesmo, que era o aprimoramento moral e físico. Neste sentido, o desenvolvimento do estilo foi mui influenciado pelo o sensei Yoshitaka Funakoshi, filho do mestre, o qual dava o exemplo de afinco ao treinamento e carreou elementos de outras artes marciais japonesas, como os chutes laterais e o emprego de bases bem mais baixas do que aquelas exercitadas nas escolas derivadas dos estilo Shuri-te e Shorin-ryu. Tanto é assim que se pode identificar dois momentos distintos na evolução do Shotokan: a formação, feita por Gichin Funakoshi, e o amadurecimento, encabeçado por Gigo Funakoshi.5
A meta imaginada quando do estabelecimento do dojo de Shoto era fazer da arte marcial um contributo para a formação integral do ser humano, não podendo, portanto, ser confundido com uma prática puramente esportiva. "Tradição é um conjunto de valores sociais que passam de geração à geração, de pai para filho, de mestre para discípulo, e que está relacionado diretamente com o crescimento, maturidade, com o indivíduo universal."
A famosa expressão do mestre Gichin Funakoshi - Karate ni sente nashi (空手に先手なし? No karatê não existe atitude ofensiva) - define claramente o propósito antiviolência.

“Se o adversário é inferior a ti, então por que brigar?
Se o adversário é superior a ti, então por que brigar?
Se o adversário é igual a ti, compreenderá, o que tu compreendes...
então não haverá luta.
Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui.”

O verdadeiro valor do karatê não está em sobrepujar os outros pela força física. Nesta arte marcial não existe agressão, mas sim nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança. E, quando for necessário, fazer a coragem de enfrentar milhões de adversários vibrar no seu interior. É o espírito dos samurais.

Cisão

Quando se mudou para Tóquio, mestre Funakoshi admitiu como aluno o já experiente lutador de jiu-jitsu Hironori Otsuka, que ficou impressionado com as proezas que os caratecas faziam em suas demonstrações.6
Eventualmente, Otsuka tornou-se instrutor de caratê shotokan, mas, em 1930, as divergências sobre a condução da arte tornaram-se mais acentuadas, pelo que os mestres chegaram ao consenso de seguirem caminhos diferentes. Dessa primeira cisão nasceu o estilo Wado-ryu, que incorpora técnicas de jiu-jitsu e gotende ao repertório do caratê, dando mais ênfase à pratica de kumite.
Após a morte de Gichin Funakoshi, outras dissensões tornaram-se evidentes. Alguns defendiam a participação em torneios e disputas e outros mantinham-se arraigados à proposição inicial de proibir quaisquer tipo de embate, devendo a arte ser desenvolvida principalmente por meio do treinamento reiterado de kata. Apartada, veio a lume a linhagem Shotokai.
A linhagem Shotokan foi assumida por Masatoshi Nakayama, e permaneceu única (isto é, sob a direção da JKA) até 1977, quando o mestre Hirokazu Kanazawa7 formou outra dissensão. Nesta última, ao longo do tempo pequenas diferenças foram-se acumulando, principalmente quanto à execução de katas. E, no início do século XXI, outros katas passaram ser treinados, o que acentua ainda mais o distanciamento.
Há ainda a linhagem Asai-ha, do mestre Tetsuhiko Asai, na qual pretende-se fazer resgate de alguns conceitos do caratê tradicional e, bem assim, foram criados e adaptados outros kata.

Características

O estilo Shotokan caracteriza-se por bases fortes e golpes no corpo inteiro.8 Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo movimento começa com uma defesa. Este é um estilo em que as posições têm o centro de gravidade muito baixo, e em que técnicas como um "simples" soco direto são difíceis de se dominar, porém quando a técnica é dominada o seu poder é incrível e quase sobre-humano.
Alguns tendem a classificá-lo como uma evolução do estlio shuri-te ou shorin-ryu. Entretanto, há divergências porque as bases do shotokan são precipuamente baixas, enquanto que em shuri-te são altas. Ademais, há golpes como mae geri e ushiro geri, que não são comuns nos estilos shorin, mas estão presentes no estilo de Funakoshi.
Neste estilo são levados a sério fatos como: a concentração e o estado de espírito, pois sem concentração e um estado de espírito leve porem determinado a técnica de pouco servirá, devendo estes dois atributos expandirem-se com a pratica e determinação.

Ética

O karatê moderno, ou kara-te-do, pretende ser muito mais do que uma disciplina de combate, mas, antes de tudo, o fito é proporcionar ao praticante um meio de evolução pessoal completa. Nesta cércea, os rituais, concebidos para serem praticados em todos os locais de treinamento, propõem uma série de atitudes e gestos que facilitam as relações entre eles deixando claro o desejo comum de obedecer a uma ordem válida para toda a comunidade e para cada um. A intenção do praticante é sempre a de estimular o progresso coletivo na arte sem perder, contudo, o desenvolvimento individual.
A prática do caratê está repleta de exercícios fortes e combativos, porém não se pode perder de vista o espírito de conciliação, buscando a vitória pela harmonia, pela paz, e olvidando as atitudes egoístas, pelo que tenta fazer incutir a ideia de que o grupo faz parte do indivíduo: um karateca deve treinar com seu companheiro com todo respeito e consideração, pois o considera como parte de si mesmo e sem o qual não há treinamento.
É, pois, de fundamental importância tratar o companheiro com cortesia e agradecimento, haja vista o colega proporcionar um aprendizado mais achegado à realidade. Deve-se ainda ao instrutor respeito e agradecimento pela transmissão dos conhecimentos e pela dedicação e esforço em ensinar segredos que foram por muitos séculos restritos a uma minoria privilegiada.
Tem-se como máxima que respeitar é se fazer respeitar. Conciliar e nunca confrontar é o princípio básico. Esquecer-se da palavra "eu" e substituí-la pela palavra "nós" é a essência do ensinamento. Outro ponto fundamental é que se treina caratê para a vida. Portanto, fica claro ao praticante e ao grupo que o fundamental não é vencer, não é derrubar, não é ser o mais forte, mas descobrir o potencial individual, o centro das ações e se, ele não for o centro, colocar-se em uma de suas órbitas, de acordo com suas reais condições.

Cumprimento

Uma demonstração tradicional de cortesia é o cumprimento, isto tanto é verdade que ele é realizado no início e no final da aula de frente para o Shomeni (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte).
Ao cumprimentar, deve-se mirar para baixo e não na face do seu oponente, pois cruzar o olhar com alguém durante um cumprimento é sinal de falta de confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas:

Ritsurei (立礼?), cumprimento em pé, em posição natural ou shizentai;
Zarei (座礼?), cumprimento em posição de seiza.

O cumprimento deve acontecer nas situações a seguir:

Quando se entra ou sai do dojô;
Quando o professor entra ou sai do dojô;
No início e final de um combate;
No início e final da aula;
No início e final de um kata;
No início e final de um exercício com um companheiro.

A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural, curvar o corpo apenas em 30 cm e segurá-la por meio segundo e retornar a posição ereta. O zarei é realizado a partir da posição seiza, inclinando-se o corpo e as mãos descem suavemente das coxas para o chão, formando um triângulo onde a fronte tocará.

Oss!
Marcello Felippo
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